quinta-feira, 12 de agosto de 2010

LUZ DA BELA AURORA

A vida no areal da sua estrada
É como folha agreste de uma espada
Que faz triste uma ave, sem cantar.
Como em sombras ver um’ alvorada
Na mocidade, a aurora da existência.
Por isso, quero-te sempre a brilhar
Na tua força, como ave da inocência.

O teu rosto resplandece a luz brilhante
Após a noite que passou sombria.
A Estrela d’Alva que o Céu rasgou
Estrela errante que luta dia-a-dia.
No teu coração o doce diamante
Com que Deus teus amores compensou.

Teu sorriso franco é Boa Nova
Qu’o horizonte ao pôr-do-sol enrubesceu
Rosa florida com o biquinho
Das aves rubras lá do Céu
Em sua lide a fazer o ninho
Numa Primavera que renova.

Nas tempestades da vida
Há rajadas de vento e de furor
Mas a noite esvai-se e, sem demora,
Surge mais límpida, florida,
Aquela luz da bela aurora
Que ensaia o canto do Amor.

E depois da aurora, qual granito
Vais cantar de alegria terna e santa
«Eu quero viver, beber perfumes
Na flor que embalsama os ares.
Vem minh’ Alma adejar no infinito
Branca vela na amplidão dos mares
Leve e liberta de queixumes
Neste doce enlevo que m’encanta»

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