domingo, 28 de novembro de 2010

À Senhora-Menina Isabel, "gaiata de graça tanta" ...

Nasceu em terras da Gália
Botãozinho de menina jovial,
Faces mui rosadas de uma dália
Encanto deste nosso Portugal!

Gaiata de graça tanta,
Rainha de nossa alegria,
Isabel, nome de Santa,
Brilhando de noite e dia!

Menina de rosto travesso
E franjinha d’ encantar,
Olhos de mulher querida,

Que põem o João do avesso
Pelos Santos a rezar
Ao Amor da sua Vida!

A "tertúlia do café" em "A Masseira"

Certo dia solarengo mas algo friorento,
Com a tertúlia o seu café saboreando,
Bem aconchegada do frio e do relento,
Encontra-se uma bela dama, conversando!

Com seu lindo trejeito de menina travessa,
Sorriso ladino e gaiato que me deslumbrou,
Vira-se p’ ra mim, quais ares de real Condessa:
Bou com a Cinda ós Chinos! Contigo, nã bou”!

E assim me deixa, muito só e de vergonha tanta,
Ao pé da minha amada, dos ditos e trejeitos a sorrir,
E da linda senhora da franjinha que nos encanta!

A suspirar por tamanha graça de uma cavaqueira,
Encabulado, surpreso, sem saber se chorar, se rir
Da traquinice da menina, tão ladina quão brejeira!

... E ao seu "mais-que- tudo" "Manel"

Dizes, amigo “Manel” , não parecer que te conheço?!
Estás muito enganado, bastante mesmo, caro amigo!
Espelhas-te no olhar brilhante da que te tem em tal apreço
E de ti bem fala, e tanto que bem me parece estar contigo!

Sabes? Esse teu Bem diz que és muito, bastante reservado,
Que, por vezes, podes até dar de antipático a impressão!
Ora, são só os miminhos de bem-querer ao seu Amado!
Te pareces assim comigo! Depois, esses tais não tem razão!

Porque, se pouco dizemos, muito de nós, nós devotamos!
Nosso sentir interior é eterno, profundo, é imensa devoção,
Di-lo a tua bela dádiva que, reservados somos, mas amamos!

Assim tu, àquela que bem te ama, àquele Amor que Deus te deu,
E ao Mundo todo, um lindo e puro exemplo deste! Do Coração,
Pai dos teus soubeste ser, mais daqueles que tua Amada acolheu!

Poema à mui bela e divertida Armanda ...

Em faldas serranas, frescas, de selvagem e beleza,
À beirinha do Gerês sempre belo, puro e formoso,
Nasceu um dia uma gaiata coradinha de singeleza,
Os sinos tocaram a repique na igreja em dia glorioso!

Olhar alegre, caracóis em redemoinho, entrelaçados,
Crescendo em sorrisos, doçura, rosto de brilho bondoso,
Olhos castanhos, lábios de mel, vermelhos e dourados,
Endoidecendo os rapazes com seu porte donairoso!

Ondas alterosas lhe fizeram provar o fel d’ amargura,
Venceu o carinho, a fortaleza de Alma esplendorosa,
Mãe se fez, no seu gerar d’Amor candente e cintilante,

Sempre a sorrir, perseverante e corajosa, que doçura,
A delícia duma Flor, sempre chique, amiga, magestosa!
Ai, Manel! Tua é a Flor do Paraíso, esse terno diamante!

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