domingo, 13 de setembro de 2009

ANJO

Anjo?! Que és senão
Um Anjo em oração?!

Tuas asas providentes

Abrigam à sombra pura

As almas a quem consentes
A ventura
Da tua amizade!

Anjo de rosto lindo

Tal uma ave

Em asas brancas subindo

Para lá da claridade

Da doce Lua
,
Majestoso e suave
Sem beleza igual à sua!

A tua aparição,

O teu olhar tão tocante

É frémito d'adoração
De todo o navegante
,
Em tal enlevo

Que descrever não m'atrevo!


És nosso anjo da Paz
Nesta abóbada celeste

Estrela da madrugada

A iluminar

Noite cerrada
Sem o brilho do luar!
Que é capaz
De, em noite agreste,

Ser nosso Sol a cintilar!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

ENCONTRO DE FLORES

Em dia de Primavera

Com calorzinho no ar

É dia de festejar

Uma amizade mui vera.


Estão em festa as meninas

Prontinhas para palrar

Ana, Lua e Laurinha

Princesas, Baronesas, mui ladinas

Rodeiam nossa Rainha

Prontas para afagar

A marota picadinha

Que tanto a fez sangrar.


É hora de conversinha

Qu'é preciso pôr em dia.

Sua lide tão asinha

Ao Colombo, em romaria,

Em festa vão almoçar.

Fátima, outra amiguinha

Tem mágoa de não estar

Por um segundo que seja

E manda muitos beijinhos

E mais abraços deseja

Gargalhadas e miminhos.


E um dia o mais tardar

Lá estará a receber

De tão doce companhia

Mimos da nossa Rainha,

Dos lábios cor de cereja

E da Ana e da Laurinha

Os mimos que vão viver

Em festa que faz inveja

Por não poder festejar

Em tão nobre fidalguia.

domingo, 30 de agosto de 2009

MORENA, MINHA SEREIA

Morena, minha sereia,
És como a rosa d'aldeia
Mulher mais linda não há
Ninguém te iguala ou t'imita
Trança presa em sua fita
Como as flores do sabiá!

És a eterna Primavera
Teu cabelo esvoaçando
Enquanto ris e vais andando
Teu rosto não é quimera
É jovial, alegre, sincero
É o rosto que eu quero
No trono, doce Rainha
Tão belo quanto as flores
Banhadas em fresco orvalho
Mais nenhum será assim
Ameno no meu jardim
Te juro, Senhora minha!

Não és nuvem desmaiada
Que tinge de madrugada
Ao casto alvor da manhã
Sempre Rainha querida
A rósea face acendida
Vermelha como a romã
Qu'espelho algum ousará
Nem que seja impingir
Ou desfazer doce maracujá
De uma rosa linda a florir!

És a luz deste jardim
Do Benfica Glorioso
Do Benfiquismo querubim
Dos Benfiquistas és querida
Suave odor de jasmim
Candura em rosto bondoso
Coroa de rubis florida
És nosso Sol benfazejo
És aurora d'alecrim
Olhar meigo, como um beijo
Rainha nossa Margarida



sábado, 29 de agosto de 2009

PRINCESA DO AVE

Nas belas bandas do Ave

Vive uma linda Princesa,

Em “Chama Imensa” acesa,

Cantata melodiosa e suave


Ao seu Benfica, o Glorioso.

Caracóis esvoaçando entrelaçados,

Lábios de mel, doces e dourados,

Rosto risonho e radioso!


Cinturinha de cambraia fina,

Cabelo brilhante, mui sedoso,

Corpo esbelto, sedutor,


Atraente, cativante, de menina,

Seu porte belo e formoso,

Princesa linda, um Amor!



quinta-feira, 27 de agosto de 2009

PRINCESA LUA

Luazinha a brilhar
Em ondas de alegria
No etéreo azul celeste,

Uma estrela que fulgura!

É assim a sua Alma

Derramando seu Luar,

Tão igual à luz do dia,

Ondas alterosas de ternura
No Céu por vezes agreste
Noutras em noite de calma!

Seu Amor ao Glorioso

É como um místico vapor

Que um hálito condensa,

Quando vem tristeza e dor,

Em fartas gotinhas d'água!

Seu peito sempre amoroso

Encarna melancólica flor,

Qu'entristece seu namoro!

E sua luta imensa
Transborda em gotas de mágoa,

Riso que muda em choro!


Mas Luazinha amorosa
Resplandece em seu Luar

Nem que seja d'improviso

E fica a tremer no ar

Em face linda chorosa

Um triste e pálido sorriso.


E nunca a noite escurece

Seu vibrar de coração

Mesmo ao acaso do Sol!
Com o Glorioso estremece

Em terna e ingente Paixão!

É a vez do rouxinol
Tremular dentro do peito

E mesmo na imensa dor,
Apesar do que tem feito

É Benfica o seu Amor!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

HOMENAGEM A UM GRANDE ARTISTA BENFIQUISTA


É um Artista Benfiquista…

“Coração Encarnado” em sua singeleza
Tal o seu humilde e tímido arranjador

Acudiram-lhe ilustres prosadores da beleza
Completou o belo ramo da arte, um tenor!

Seu pincel de escarlate puro é fina pena,

Coração de filigrana que arte glorifica
Alma artística, enorme, não pequena,
Em pinturas majestosas ao Benfica!


Coração vermelho de fibra palpitante,

Nas suas veias o Benfiquismo é ardente

De seu Amor a jorrar em cada instante


Filigrana entrelaçada ao Benfica, qual mercê

Numa expressão de Benfiquismo ingente,
Eis o nosso Enorme Artista, Jota, Jota, Dê!

sábado, 22 de agosto de 2009

SE AS PRIMAVERAS ...



Se as Primaveras m’ enfeitassem
Os brancos cabelos e a postura
E os verdes anos m’ adornassem
Nesta idade tão madura,

Colhia uma flor no meu jardim,
Ofertava-te meu coração numa bandeja,
Pedia a tua mão só para mim,
Rosto lindo, lábios de cereja!

Mas foi-se embora a mocidade
À Primavera ela disse adeus
Deixando em meu ser só a saudade

Dos jardins plantados de flores!
Suplício vero de pecados meus
Céu que não atende minhas dores!

SANTO ANTÓNIO


Há pelas ruas folguedos,
Danças e bailaricos,
Santo António é de Lisboa!
Pelos cantos mas sem medos
Trocam-se fartos beijinhos!
Há festa, há namoricos,
A banda o hino entoa
E as varinas bailando,
Na cabeça seus lencinhos,
Vão d’ Alfama à Madragoa
As suas marchas cantando!

A festa começa à tardinha,
Nas janelas manjericos
E colchas a adejar,
As meninas ensaiando!
Noite dentro a sardinha,
Pão e broa com bom vinho,
Ao redor os dançaricos!
Esbeltas donzelas a bailar
E os rapazes suspirando
“Ponha lá mais um tintinho”!

Começa o dia a clarear
Numa aurora de promessas!
É chegado o Santo António
Aquele tão ansiado dia!
Há donzelas a rezar
“Venha um noivo mesmo às pressas
Qu’o qu’é preciso é casar,
Não venha de lá o demónio
E fique aqui eu p'ra tia”!

Ver a festa a desfilar
No seu trono a presidir
Minha Rainha é ausente!
Está triste, pesarosa,
Por de casa não sair!
Rainha que vai orar
A Santo António, o patrono,
Aquele desejado presente!
Mesmo assim tão chorosa,
Tem um brilho cintilante,
Suas lágrimas são flores
Em sua face formosa,
Seu sorriso radiante
No sofá com seus amores
Majestosa em seu trono!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

ANJO DE AMOR E DE PAZ!


És um Anjo, doce Cinda,
Um Anjo feito por Deus
Que Ele mandou lá dos Céus
Naquela imagem bem linda
Que voa de Alma em Alma
Irradiando Luz e Calor,
Por vezes triste, peregrinando,
Em reminiscências de Dor,
Mas sempre com sua calma
E, mesmo gemendo e chorando,
Inunda os outros de Amor

Vejo-o eu, amigos, vêem-no vós
Um Anjo digno dos Céus
E sempre orando por nós
Envolto em seus lindos véus
Asas brancas de Bondade
As asas que Deus lhe deu,
Desafiando a Eternidade,
Chegam da Terra ao Céu.

E à noite ao deitar
Depois de tanta labuta
Em rodopio constante
Num imenso peregrinar,
Guerreira, prepara a luta
Em sua diária oração.
Reclina-se ainda ofegante
Mas em paz e sorrindo
Seu bondoso coração
Em riso de Amor florindo!

Dorme nosso Anjo de Amor
Que a noite é tão comprida
Queremos que sonhes a Vida
Suavizando a imensa Dor
Dor que é nossa também
Pedimos a Nosso Senhor
E à Sua Santa Mãe
O afago e o calor
Que sabes dar como ninguém!

sábado, 15 de agosto de 2009

BERÇO DE AMOR



Esse teu rosto tão lindo
Esse rosto sem igual

Doce p’ra estar sorrindo

Que é luz da madrugada

Suave lâmpada sagrada

Em meio de temporal.


Pode o tempo estar ventoso
Mas esse rosto suave
Mais doce que doce Lua
É divino, majestoso

Tem a graça duma ave

Sem beleza igual à sua


Teu rosto é a luz Santa

Que nos dá paz e sossego

Ao contemplá-lo por bem.

Luz que prende e que encanta

Num delicioso enlevo
Tal o filho a sua Mãe


Tua força é Amor e é Ternura

Um bálsamo que nos consentes

São tuas asas providentes
Que nos abrigam e dão ventura

Como um Anjo tutelar
.
Basta a tua aparição

Esse teu mui doce olhar

Que nos faz ajoelhar

Em eterna adoração.


Teu rosto é nosso Forte

De abrigo na tormenta

Teu sorriso a fonte pura,

Sem ti nossa alma tremia.

Deusa da nossa Sorte

Aquela que afugenta

Toda a nossa desventura

Em noite cerrada e fria


És nosso berço de Amor

De ti aquela beleza

Que nos ensina na Dor

E nos transmite a lição
.
Em ti a nossa grandeza
Que nos afaga o coração.
Como Mãe que o filho enlevas
,
És a Luz das nossas trevas.
Teu marido e filhos

terça-feira, 11 de agosto de 2009

OS OLHOS DO MEU AMOR


Os olhos do meu amor são rubis loiros
Que prenderam os meus, a minha mocidade
Neles ficaram um dia meus tesoiros
Meu coração, minha alma e liberdade.

Enchem o meu peito de encanto mago
Ficam na sombra as coisas dolorosas
Todos os espinhos se tornam belas rosas
E nos meus olhos as lágrimas apago.

Anseio ouvir tua melodia de amor
Em silêncio tuas palavras amorosas
No meu peito não cabe mais a dor

Uma febre ansiosa me invade
Murmuro palavras silenciosas
Anátemas de esconjuro da Saudade.

LEMBRANÇAS ...



Lembras-te, meu amor,
Daquele dia primaveril
Em que nos vimos os dois?
Era um domingo d’ Abril
Dia em que vi uma flor
P’ra colher tempos depois.

Lembras-te, meu amor,
Das férias que gozámos
Poucos meses passados?
Em dias d’imenso calor
Prece ao Céu elevámos,
Os dois, entrelaçados.

Lembras-te, meu amor,
Das viagens que fizemos
Naquele automóvel velhinho?
Em minha mão a tua mão,
No ar teu fresco odor,
Nosso sentir expusemos
De amor e de carinho,
Fluindo do coração.

Lembras-te, meu amor,
Daquele quinze d’ Agosto
Toda de branco, imaculada?
Teu belo e corado rosto,
Em piedosa oração,
Pedindo a Nosso Senhor
A Sua Bênção Sagrada
Benzendo nossa união!

sábado, 8 de agosto de 2009

Mãe em seu ninho de amor ...


Pequena,
franzina,
morena,
a sofrer
desde menina,
quando a aliança
entre a fantasia
e a esperança
era ainda rainha.

Dia a dia,
dorida,
seu ser
se doou
a gerar vida!
E sempre sorria,
contente!
Nem o tormento,
a dor
da partida
de um rebento,
lhe suavizou
seu presente
de amor

“Mãe!
Naquele dia,
teu rosto ameno
como um passarinho,
sereno,
deitado,
dormia
em seu ninho
de Morte!
E sorria,
belo, delicado,
forte!
E não compreendia
a dor
da separação,
ainda resplandecia
numa oração
de bondade
e amor!”

“Mãe!
E a saudade?”

E tu, ternamente,
sorrindo:

“Meu menino,
é amor
também
florindo
no teu coração
de gente,
pequenino!”

“A tua bondade
é infinda!
Tive tanta sorte
por seres a minha Mãe!
És tão linda!
Sempre tão forte
no amor!
Lembras-te daquele dia
em que, alvoroçado,
te dizia,
afogueado
de emoção?”
«Mãe, vou p’ra escola!»
“Com que alegria
me preparaste
e na minha mão
colocaste
a sacola,
sorrindo!”

“Vai, pequenino,
vai indo,
vai abraçar
teu sonho de menino,
teu desejo de saber!
Vai rir e saltar,
e aprender!”

Mãe,
e a redacção
que me ensinavas,
enquanto cosias
e remendavas?
E a canção
que cantavas
contente
e com doçura,
p’ra eu dormir?
E nada pedias,
só davas
ternura,
eternamente
a sorrir!”

“Ó Mãe!
O teu carinho
não tem fim!
Teu ninho
só de amor
construído,
com muita dor
mas nunca vencido,
foi um jardim
florido!

Por isso, também
não o vencerá
a Morte,
não!
Que o amor
é mais forte
que a dor
e o meu coração
nem um dia
t’ esquecerá!

Mãe,
tu também
és MARIA!”


(Francisco)

Ó MONTES QUE TÃO ALTO ELEVAIS…

Ó montes que tão alto elevais
Os cumes das montanhas pedregosas
Que nem as ventanias abrigais
E encheis de gelo nossas almas dolorosas!

Se em ti eu confiava como abrigo
Das marés da vida tão ventosas
Tu me recusaste dar consolo amigo
Expondo minhas dores a invernias rigorosas!

Teu fresco ar em redemoinhos anelado
Mitigam da minh’ alma a amargura
Deixai-mos ao menos respirar deleitado!

E quando chegar o dia do Final Juízo
Minha alma ao Céu s’eleve, fresca e pura
Para gozar da paz do eterno Paraíso!

terça-feira, 24 de março de 2009

Mãe

Cada vez qu’ estou contigo, olho à minha volta, ansioso

Nestes sonhos de encontros de meiguice em noite imensa

Que me surgem em vagas alterosas de dor intensa

Onde se destaca, iluminado e belo, teu rosto tão formoso!


Oh minha mãe, meu rosto doce, delicado e tão amigo!

Desd’ aurora a embalar meu ser e sempre d’amor sorrindo

Se te vejo tão sublime no meu sonho, teu rosto florindo

Pede a Deus que bem depressa me leve em suas asas ter contigo!


Mas o sonho acaba, teu rosto paira sorrindo, esvai-se e desvanece

Dos meus braços vais fugindo, em pedacinhos, como eu, angustiada

Fecho os olhos, penso em ti, alma pura, rosto embevecido de bondade!


O dia aclara, a alma sangra, grita e enlouquece

Sensível à dor ingente da despedida amargurada

Para mais uma tortura infinda da saudade!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009


Olho vivo,
bem aberto
e altivo,
franzina,
desafiando
seu apressado porvir.
Menina,
botãozinho
cheio e
desperto,
em seu ninho
a sorrir!

Era um raminho
de seu maternal seio
acordando
bem cedinho,
um coraçãozinho
florindo!

Riti,
toma a papinha!

Tal um passarinho,
sorrindo,
voa do ninho
e asinha!

Isso é p’ra ti!
já sou crescidinha,
sei bem o caminho!

É agora uma Flor!
às vezes sisuda
mas ordenada,
sonhando
com sua verdade,
obstinada
na sua vontade.

Nem sempre o Fado
é desventura!
E eu tenho um Amor,
bem cedo acordado,
é verdade,
e em tempo de dor,
mas que cresceu
e floresceu,
um agasalho
de ternura.


Numa amena madrugada,
domingueira,
indolente,
ensolarada.
De repente,
bem à beira
d’ aurora,
anunciaste
a tua chegada.

E logo contra a demora
desesperaste,
ardente,
indomável
a um mundo diferente
qu’ impedia
teu desejo ingente
de luz do dia.

Cresceste sonhador,
em obstinada
e adorável
porfia
do belo,
do puro e singelo.
Nessa candura,
bem à tua maneira,
uma cruzada
em busca de um abrigo
d’ amor
e de brandura.
E contente
contigo
só com um pouco
de brincadeira
inocente,
em rotura
com um mundo louco.

És diferente,
amoroso,
teu ser vibrando
e apenas d’ amor
se dando,
ansioso,
mendigando
compreensão
e o calor
de um carinho.

Que amargura!
No teu coração
de menino
há revolta,
desilusão
e dor
que perdura!
No teu ninho,
pequenino
de ambição,
a vida é bela
como uma flor.
Nele, as crianças,
na sua alvura
singela,
sorrirão
embaladas
e de brandura
afogueadas
em alianças
d’ amor.

Tanta desilusão
de quem só te devia
compreensão
e não sabia
a tua razão!
Porque a tua formosura
está na singeleza
do amor
que inunda o teu coração
de ternura
e não n’ avareza
de um mundo cão
que só sabe ofertar-te dor!

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