quinta-feira, 22 de julho de 2010

PROMESSAS E DESEJOS

Por que hei-de querer mais se tal me basta
Depois daquele sofrimento que bem sabeis?
A vida virou de banda, uma mãe feita madrasta,
Que vós, lamparinas do brilho d’ amizade, conheceis!

Este corpo, esta alma que aqui vedes sorridente
É fruto de lutas sem quartel em dificuldade superadas
Com sorriso de brandura qu’ eu forcei sempre presente
Num âmago doloroso de tristezas ruins e malfadadas!

Minh’ Alma pequenina quanto a querendo grandiosa
Num embaraço de situações de dor e d’ amargura
Na busca de canção a meus entes queridos, melodiosa,
Afogada em tanta lágrima d’ aflição, de rímel e ternura!

Meu cabelo em debandada é testemunho majestoso
De uma nova vida aprendida numa renúncia dura,
Uma oportunidade nova de vida num rito doloroso,
Cedem-se os antigos sonhos e só a nossa fé perdura!

Ó! Quão doloroso é julgar passar de vez e perder
A nossa juventude e a nossa glória de sonho infindo!
Surge então o ânimo, a nova fortaleza do saber
E ganha-se Vida, surge outra manhã ao Sol refulgindo!

E as saudades de uma Vida que a dor modificou
Ficam distantes num recanto que se guarda do olhar!
Vai-se em frente numa introspectiva do que se doou,
Perdoa-se à Vida, ao Fado e ao Amigo se reserva um orar!

Que o fecunde de graça, o fortaleça de ânimo
E o prepare também se for preciso p’ ra lutar,
Que a Vida é bela, é sorriso não desânimo,
E ela só pretende que a embelezem a amar!

E aprendendo que o cancro é da Vida a oportunidade
De desafiar a morte com que o infiel Fado desumano
Nos pretende amesquinhar numa desonra de fatalidade!
Tu, maldito, para mim já não passas de um infiel engano!

Qu’ a minha fortaleza, de suor, sofrimento e lágrimas infindas,
É mais forte do que tu, traiçoeiro, mísero e mesquinho ser
Que t’ intrometes em sonhos que me despertam coisas lindas
Num esgar d’ inveja que me deleita de felicidade ao amanhecer!

E apesar da tua crueldade indigna de t ‘instalares sem compaixão,
Não vais vencer a Felicidade do Amor e d’ Amizade neste Ser,
Que eu te vencerei nesta luta, tu que dos sonhos é ladrão!
E a Vitória é minha, Vencedora de ti, meu destino é VENCER!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Mas hás por bem inquietar-me de tormento ...

Mas hás por bem inquietar-me de tormento
Nesta ansiedade que aperta este pobre coração?
É por bem saberes que, por ti, é eterna a devoção?
Que infindas estas horas, tresloucado sofrimento!

Por que te atrasas, ó tempo do êxtase, da vaidade?
E sobram esbirros vãos de malfadado adiamento?
Ai, que o tormento é longo e a felicidade um momento!
Só qu' um segundo d' Amor por ti vale a eternidade!

Acode-me este Amor ardente, esta alegria imensa
De pertencer ao mais belo, ao sempre Glorioso!
E se este coração arde d' ansiedade bem pungente

Quero eu sempre morrer na labareda intensa,
Que torna belo este viver que, ufano e presunçoso,
Bem lhe quer bem mesmo qu' esteja descontente!

Nesta hora de Graças tantas...

Nesta hora de graças tantas refulgentes
Que este meu Benfica Glorioso me pespega
Em excelsa bênção de Jesus com suas gentes
Em graças de mirífica arte na refrega!

E a Águia ao gentio faz vergar em devoção
Em seu voo imperial de domínio e altivez
Que dele, Benfica, faz graça natural de campeão
E sentir ao mundo circundante a sua pequenez!

Por isso, coração que tanto t’ inquietas,
Que em êstase, enlevado e mui agradecido
Dentro deste peito, deste berço, deste ninho

Num arroubo de paixão, de doçuras, de carinho
Em dolce ânsia, honores de devoção, enternecido
Por que não sonhas, te exaltas e t’ aquietas?

Glórias minhas que voltastes

Tu que ouviste de intenso meu penar
Tão desafinado d’ expressão, mas sentido,
Vieste, enfim, em galopes, desinibido,
A tua inebriante e excelsa Glória refinar!

Naquele cansaço de alma sem fulgor,
De tantas mágoas não acostumadas,
Por mercê de tantas Glórias afamadas
Revigoraste agora em teu novo esplendor!

Elevando um coração d’ esperanças Gloriosas,
Coração amargurado e de alma entristecida
De volta aos trilhos exaltados do fervor!


Gritando em comunhão de vozes majestosas
Na tua Imensa Glória qual Fénix renascida
Os Hinos d’ oração em voos de Águia e Amor!

Ao Sol e à melga

Faço-te, ó Sol que m’ iluminas lá do alto, esta prece,
Sem que deixes de inundar vida d’ alegrias e de dores,
Não t’ excedas nesse tom abrasador que m’ endoidece,
Que apelo ao condicionado é sinónimo de tremores!

E tu, melga impertinente, por qu’ invades o meu paraíso?
Vai de retro deste leito d’ alegrias saciada, sonhadora!
Deixa meu ser, sequioso d’ amor só, levitando num sorriso,
Acaba, enfim, com tua maldita e infinda dança voadora!

Por que não poupais este já mui angustioso pensamento
Do sofredor herceptin com que guerreio outro malvado?
Sabeis que sou Guerreira, bem o sei, é sina minha!

Porém, deixai livremente vaguear meus sonhos pelo vento!
Quem já mui sofreu muito merece na vida ser mimado!
Depois, vereis, eu vou vencer que meu fado é ser Rainha!

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