domingo, 31 de outubro de 2010

Balada da Dor

Teus olhos tão lacrimosos,
Belos, brilhantes, são flores!
Tornam os meus desejosos
De ti afastar tuas dores!

Tuas faces de puras rosas,
Banhadas de lágrimas ardentes?!
Não! São lindas, tão formosas,
Em sorrisos, resplandecentes!

Teus lábios de puro mel,
Doces promessas, a ventura
Lá florindo, quero, não o fel,
Em murmúrios de ternura!

Vós que sois bom, o Redentor,
Aliviai suas dores, os sofrimentos!
Porque, enfim, quem é pecador
Talvez mereça tais tormentos!

Mas nossa Rainha, Senhor,
Sofrer tormentos assim?!
Por que lhe dais tanta dor?!
Por que não antes a mim?!

Sufragai-lhe o sofrimento,
Afastai dela a árdua Cruz!
Vós, Senhor, o nosso Alento,
A eterna fonte de Luz!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Que sonhas tu, rebelde coração...

Que sonhas tu, rebelde coração,
Desafinando em viver de ansiedade,
Tornando-me viva e dolorosa tal verdade
Duma vivência ansiada em devoção?

Por que hás tu na sombra conspirar
Num ladino complôt contr’ ó sorrir,
Que tanto minhas preces te recusas a ouvir,
Meus ais, meus tormentos vãos p’ra t’ alegrar?

Neste peito te sentes assim tão comprimido?
E esbracejas nesta ingente dose de tortura
Em cadências que cavalgam minha desilusão,

Deixando assim meu ser pequeno e despido
De êxtases e bem nutrido de loucura?
Ó, que tanto me torturas rebelde coração!

É um Artista Benfiquista…

“Coração Encarnado” em sua singeleza
Tal o seu humilde e tímido arranjador
Acudiram-lhe ilustres prosadores da beleza
Completou o belo ramo da arte, um tenor!

Seu pincel de escarlate puro é fina pena,
Coração de filigrana que arte glorifica
Alma artística, enorme, não pequena,
Em pinturas majestosas ao Benfica!

Coração vermelho de fibra palpitante,
Nas suas veias o Benfiquismo é ardente
De seu Amor a jorrar em cada instante

Filigrana entrelaçada ao Benfica, qual mercê
Numa expressão de Benfiquismo ingente,
Eis o nosso Enorme Artista, Jota, Jota, Dê!

… Num rememorar de sina louca

Por vezes, num rememorar de sina louca
Vê-se teu inquietar de sofrimento, doloroso.
E a Amizade? Ai, q’ às vezes basta tão pouca,
Num cálice de mel, gesto simples, carinhoso.

Pensas às vezes qu’ o Sol se foi, resta a desdita,
E ingente descerra uma sombra de tristeza.
És, todavia, uma flor qu’ orvalhada, medita,
E o Sol resplandece, é teu florescer de beleza.

Rebrilhando, regressa a ti a divina claridade,
Nos teus olhos, lindos, minha aldeia iluminada
Luz cintilante d imensa graça, resplandecente

A tua voz, a tua voz d’ encanto mata a saudade,
O teu riso beija meus olhos, de tristeza encantada
Num brilhante enlevado, luminoso, um presente.

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