quinta-feira, 12 de agosto de 2010

FLOR DO MONDEGO

Estava uma Dama tão linda
De seus anos colhendo doce fruto
Naquela moradia de rosas florida
Num enlevo de alma sempre curto
Embevecida a sorrir ao seu rebento
Seu nome de Amor é Cinda
Seu olhar de esposa querida
Junto ao Mondego de gaivotas esvoaçando
Olhos pestanejando contra o vento
As memórias sempre desfilando.

Às sete colinas de Coimbra suspiravas
Murmurando ias dizendo às pedrinhas
O doce nome daquele que tanto amavas
E que em teu peito escrito tinhas
Teu Príncipe esses cabelos afagava
Olhar d'orgulho ali te respondia
Igual lembrança que na alma lhe morava
Ele que só teus olhos é que via.

Tempos vieram em que a dor
Saltitou estonteante no teu peito
Não conseguiu, porém, que uma Flor
Lhe permitisse o bruto feito.
No teu peito, um encanto mago
Pese o frémito das coisas dolorosas
Saltou logo em doce afago
Vontade e luta mais teimosas
"Eu vou vencer a mocidade
Não deixarei murchar as minhas rosas
Assim m'ordena o Amor e Amizade
Em preces e súplicas fervorosas"!

Assim é o meu Amor, rosto de menina
Em seu trono de Rainha majestosa
Que afagando enleva este coração
Face rosada, mimosa, pequenina
Porte altivo, não arrogante mas formosa
A seus Amores entoa versos d'Amizade
Em eterna e amorosa adoração
Fresca e sublime em sua Realeza
"Não importa a dor ou a idade
Face a tais sentimentos de nobreza
Aqueles que me têm muito Amor
Sabem o que sinto a sofrer
Sabem que passou por mim a dor
Mas o que importa é vencer!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Seguidores