quarta-feira, 14 de janeiro de 2009



Numa amena madrugada,
domingueira,
indolente,
ensolarada.
De repente,
bem à beira
d’ aurora,
anunciaste
a tua chegada.

E logo contra a demora
desesperaste,
ardente,
indomável
a um mundo diferente
qu’ impedia
teu desejo ingente
de luz do dia.

Cresceste sonhador,
em obstinada
e adorável
porfia
do belo,
do puro e singelo.
Nessa candura,
bem à tua maneira,
uma cruzada
em busca de um abrigo
d’ amor
e de brandura.
E contente
contigo
só com um pouco
de brincadeira
inocente,
em rotura
com um mundo louco.

És diferente,
amoroso,
teu ser vibrando
e apenas d’ amor
se dando,
ansioso,
mendigando
compreensão
e o calor
de um carinho.

Que amargura!
No teu coração
de menino
há revolta,
desilusão
e dor
que perdura!
No teu ninho,
pequenino
de ambição,
a vida é bela
como uma flor.
Nele, as crianças,
na sua alvura
singela,
sorrirão
embaladas
e de brandura
afogueadas
em alianças
d’ amor.

Tanta desilusão
de quem só te devia
compreensão
e não sabia
a tua razão!
Porque a tua formosura
está na singeleza
do amor
que inunda o teu coração
de ternura
e não n’ avareza
de um mundo cão
que só sabe ofertar-te dor!

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