terça-feira, 8 de junho de 2010

Memórias tristes de tempos que já lá vão...

BENFICA

Vem, Amor da minha infância!
Vem-me mostrar teu rosto lindo
Que contemplo desde minha meninice,
Benvindo como a luz da madrugada!
Que eu quero ver no ar subindo,
Suave e ladina a Águia Sagrada!
Faz-me vibrar naquela ânsia
De vitórias qu'afagavam minha traquinice!

Benfica, és meu hino de vitória
Que minha boca tem sempre p'ra gritar!
Que tu, Amor, m'ensinaste a dizer
Em brados d'alegria e de glória,
Cinzelados por mim p'ra t'ofertar
Em belos sonhos de criança
Sonhados para me endoidecer!

Amor, porque tornaste só lembrança
Esse rio caudaloso de vitórias?
Por isso choro muito pelos cantos,
Frenética, até com gestos desabridos,
Ruminando nas d'outrora Glórias
Em ânsias, os cabelos desprendidos,
Lágrimas minhas brilhando em prantos
De soluços e de dor consumidos!

Quantas vezes, Amor, me tens ferido
Quantas vezes, Amor, me tens curado?
Razão de minha Eterna Esperança,
Passo de um estado a outro estado!
Assim meu Coração é conduzido
Desde o cantar da cotovia
E dos longínquos tempos de criança!
Sempre no teu olhar o meu repousa!
Penso por vezes não te ver e, todavia,
Eu não vejo outra cousa!

Por tudo quanto já dar quiseste,
Por tudo o que em mim retiveste,
A teu lado, Amor, sempre estarei
Nesta peregrinação celeste!
Apesar do mal que me fizeste,
Sempre é só Amor que te darei!
É tua, Amor, a minha exaltação!
Mas, olha, não te disse ainda,
Alguns versos de eterna gratidão!
A boca de mulher será mais linda
Se dentro guardar um verso que não diz,
Será para t'ofertar na despedida!
Obrigada pela Glória imensa que me deste
Benfica, minha Eterna Paixão!
Para ti os versos lindos que te fiz,
Não t'esqueças, Amor, desta Alma tão dorida!


PORQUE M’ENTRISTECE O CORAÇÃO

Por que m'entristece o coração?
Vinte anos de penúria de conquistas,
Coração vibrante e seguro de vitória,
Acompanhado em tridentes de glória,
Da meninice à meia-idade, jubilosas,
Ufano, como tantas almas Benfiquistas
Em eterna e peregrina devoção,
Sóis, luares, sem noites tormentosas!

Por que m'entristece o coração?
Sem vigor, sem vontade, amargurado,
Indigente da etérea exaltação,
Cansaço infindo de alma sem fulgor
Num peito por cujo coração eu estremeço
E deixas meu Ser falho de vitórias!
Não, não parece que seja o que mereço,
Cabelos brancos de passadas glórias
Nesta saudade e neste amor!
Pobre coração que agonizas a sofrer
E me impeles com tão ingente afã,
A sossegá-lo, tomando o lexotan
Com que suporta esta imensa dor!

Por que m'entristece o coração?
Se não fora a clara esperança
Nada havia nesta alma atormentada
Nem versos, nem escritos, nada!
Resta-me o olhar desta ternura
Que em blogues belos de canção
Em pinceladas femininas devotadas
Escrevem coisas lindas de brandura
Que sublimam este pobre coração
Tormenta e chama entrelaçadas!

Por que m'entristece o coração?
Benfica, é tão grande a tua sorte!
Tens Anas, Micaelas, Luas, Margaridas,
Patrícias, Luazinhas e outras belas flores,
Também elas, é certo, amarguradas
E não te regateiam seus amores!
Peço-te, acaba com esse teu desnorte!
Não o merecem rosas tão floridas
Que, por ti, devem apenas ser amadas!



LEMBRANÇAS

Lembranças, só lembranças de vitórias!
Lembranças, porque lembrais esse passado,
Esse meu bem qu’eu tinha bem guardado?
É p’ra que sinta mais a míngua de Glórias?
P’ra que m’entristeça tanto o mal presente
Que não deixa este coração assossegado?
Se quereis, deixai-me viver contente,
Recordando minhas alegrias, magoado!

Lembranças do passado, alento vão!
Começa o ano numa esperança ingente!
Depois, parece que está tudo ordenado
E invade a dor um pobre coração!
É um viver assim deste modo descontente
Que a morte não dá fim a meu cuidado!

A alegria da vitória é tão avara
Que o bem, quando vier, é acidente!
Assim, para que me vale a vida,
Esperando uma alegria ora tão rara
Que alegre um coração de gente?
Se a perder, parece é tão melhor,
Vão-se as lembranças da memória,
Os tormentos e o receio do pior,
Pois nada perde quem perdida
Tem a esperança e à’legria da vitória!

Estas lembranças belas d’outrora,
Perdidas na dor que não contento,
Fazem tanto dano ao pensamento
Que meu coração me diz agora:
“Vai em busca doutra bela aurora
Qu’esta vida se tornou só num tormento”!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Por que te dás ao desvario …

Por que te dás ao desvario
Coração de amor e de ternura?
Que medo é esse que perdura,
Quando em ti, Razão, eu bem confio?

Que fazeis aqui, desconfortável ansiedade,
Que eu, Rainha, quando vou p'ra respirar
Sinto o coração terno e doce a palpitar,
Tu, só tu que me devias lealdade?!

Esquecem-se de que sou uma Guerreira,
Que medos, ansiedades e outras maldades
Vencerei, vereis, na dura luta do meu ser?

Vinde, vinde ver se é brincadeira
Esconjurar meus medos com Amor e Amizades
Meu braço é forte e forte hei-de VENCER!

Quem é a linda senhora ...

Quem é a linda Senhora
Junto de fonte verdejante?
Ai! Se eu mais novo fora,
Serenata em guitarradas cantante

Lhe dedicava sem demora
Em versos que tristeza espante!
Para que se foi a minha aurora
Que me não deixa ser galante?

Contemplar a linda formosura
Em rosto rosado de esplendor
E seu lencinho de encantar,

Olhar lindo feito de ternura
No horizonte da vida, um amor!
Oh! Madrugada minha, meu pesar!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Seu rosto é diamante puro…

Seu rosto é diamante puro abrindo em flor,
Seus lábios um sorriso em oferta gloriosa,
Seu coração de magia é perfume de Amor,
Sua beleza emerge da dor profunda, majestosa!

As dores da vida, covardes, se vão intrometendo
Povoando de receio vil ser humano tão bondoso
Sua labuta, reinado de constância que, vencendo,
Torna seu ser vibrante, mais belo, mais formoso!

E porque, coração, te dás ao susto, endiabrado,
Em divino e puro peito que, arfando amoroso,
Se desfaz em suas ânsias de ardência sofredora

Quando devias, em teu sentir puro, assossegado,
Ser prazenteiro, fiel, alegre e risonho, generoso,
Que assim to há confiado uma Rainha vencedora!

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